sexta-feira, 20 de novembro de 2020

A ESTRADA DE FERRO LEOPOLDINA - A ferrovia é a origem e a razão da existência da cidade de Bicas.

 

Um dos mais belos registros fotográficos de nossa cidade, uma composição ferroviária passando pelo Bairro Santana seguindo em direção a Santa Helena. Foto cedida por Paulo Nunes.



Belíssimo registro fotográfico da Estação de Bicas, observando-se que não existia calçamento nas ruas em seu entorno. Foto de nosso acervo.



A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA E DA FERROVIA PARA O NASCIMENTO DE BICAS.

Para escrever sobre a importância histórica da Estação e da Ferrovia para o nascimento de Bicas torna-se fundamental destacar o PRIMEIRO RELATÓRIO DA ESTRADA DE FERRO UNIÃO MINEIRA.  São 28 páginas de uma maravilhosa história onde o que mais despertou minha atenção foi o "Relatório do Eng. Pedro Betim Paes Leme" discorrendo sobre todas as informações dos trabalhos por ele realizados até aquela etapa da grandiosa obra. E lá na página 19, para mim, a mais importante de todas as informações: o registro de uma decisão crucial para o surgimento daquela que seria a cidade de Bicas!

Relata Pedro Betim Paes Leme:

 "...A Estação terminal dessa primeira seção, cujas obras se acham adjudiciadas, não pôde ser colocada no Arraial do Espírito Santo (hoje Guarará), como era nossa intensão e mais ardente desejo. As dificuldades desse traçado por um lado e as condições de um mais fácil prolongamento para São João (Nepomuceno), a que tínhamos que atender, por outro demoveram-nos do primeiro intento, obrigando-nos a designar para essa estação o lugar denominado Taboas (nasce Bicas).

A cerca de 2 kilometros do arraial do Espírito Santo é esse o lugar que mais se presta ao prolongamento de nossa linha, qualquer que seja a direção que nos aconselhem os estudos, a que estamos procedendo.

As grandes dificuldades da Serra das Bicas, que temos que descer para chegar a São João se multiplicariam, se não se tornassem insuperáveis com a escolha de outro qualquer ponto".

O Eng. Pedro Betim Paes Leme decidiu então construir a estação no "lugar denominado Taboas", decidindo ele também nominá-la "BICAS", aí sim, por causa da Serra das Bicas.

Fica a pergunta: E se os governantes da Villa do Espírito Santo (Guarará) - a qual o "lugar chamado Taboas" pertencia - tivessem "batido o pé" exigindo que fosse este o nome da estação, Bicas existiria?

Este documento pode ser visto na íntegra aqui na página acessando o link abaixo:

https://otremexpresso.blogspot.com/2016/06/primeiro-relatorio-da-estrada-de-ferro.html


Outra prova do valor histórico e cultural da Estação Ferroviária e da própria ferrovia para Bicas é o trecho do Diário de Dom Pedro II, vol. 25, de 27 de abril de 1881(aª fa), copiado de José Carlos Barroso – Cessão Marcus Granado). Dom Pedro II andou na União Mineira passando por Bicas, em 1881:

-"(...) 5 ½ Acordei. Vou ler. Saio às 7h. Caminho conhecido até Serraria. Cheguei às 8 ¾ a Juiz de Fora. A cidade tem aumentado muito. Bela avenida com bonitas casas que devem arborizar. Almocei numa destas que é do Barão de Cataguazes. Partida do trem às 11h 10'. Nada de novo até Serraria. Aí entramos no trem da estrada de ferro da União Mineira. Percorremos 84km até o arraial - vila ainda não instalada de S. João de Nepomuceno. A estrada para subir parte da serra do Macuco tem 2 ziguezagues com plataformas. Tem 7 estações pequenas porém bem construídas conforme a aparência. Vista muito bela assim como mato viçoso de Bicas para diante. Descobre-se amplo vale fechado por altas montanhas, e perto de S. João avista-se a alta serra do descoberto de contorno original. Grande número de quilômetros a começar da Serraria passa a estrada por fazendas de café muito bem plantadas e algumas com casas feitas com bom gosto. Há interrupção de terras tão boas para voltarem estas. Vim conversando com o engenheiro Betim cuja direção inteligente e ativa revela-se no modo porque a estrada foi construída e tendo trilhos de aço, e com o desembargador Pedro de Alcântara Cerqueira Leite a cuja influência se deve sobretudo a estrada que é de bitola de um metro. (...)" 

Fonte: site Estações Ferroviárias do Brasil, de Ralfh Mennucci Giesbrecht.


Um dos mais belos e conhecidos registros fotográficos da ferrovia em Bicas, na chegada festiva do trem na estação. Foto de nosso acervo.

Outro belo registro fotográfico de nossa cidade, onde vemos o largo em frente à Estação de Bicas, hoje Praça Dr. Vicente Bianco e a Rua Cap. Pedro Assis Amaral. Foto cedida por Marco Aurélio Baptista da Silva Matos.




Locomotivas a Vapor estacionadas no pátio de manobras das Oficinas de Bicas. Foto cedida por Carlos Machado.




Na foto acima, um dos mais tradicionais registros fotográficos da ferrovia em Bicas datado de 29 de julho de 1930, onde vemos Posidônio - bisavô de Marco Aurélio - em pé no lado direito da foto, bem próximo do limpa-trilhos da Locomotiva 317. Foto cedida por Marco Aurélio Baptista da Silva Matos.



Marco Aurélio fez questão de destacar a foto acima, outro belo registro da cidade num ângulo inédito, que mostra um evento esportivo no campo de esportes do Liceu Operário (escola para filhos de ferroviários). Nela podemos ver o centro antigo de Bicas, destacando a área das oficinas; o belo e imponente prédio da então Câmara Distrital que assim funcionou até sua emancipação, quando o mesmo prédio se tornou sede da Prefeitura de Bicas e o também belo e imponente prédio do Grupo Escolar, vendo-se ao fundo a Igreja Matriz ainda sem sua torre, erguida em 1932. Foto cedida por Marco Aurélio Baptista da Silva Matos.



Locomotivas a Vapor estacionadas no pátio de manobras das Oficinas de Bicas. Foto cedida por Carlos Machado.



Sensacional registro fotográfico apresenta a movimentada Rua dos Operários, em frente ao portão das Oficinas da Leopoldina Railway. Foto cedida por Marco Aurélio Baptista da Silva Matos




Outro belo registro fotográfico em frente ao portão das Oficinas da já RFFSA. Foto de nosso acervo.




Dia festivo nas Oficinas de Bicas, na entrega do Carro de Controle Ferroviário construído em nossas oficinas. Foto cedida por Nem Cunha.
 


Outro registro do dia festivo da entrega do Carro de Controle Ferroviário construído em nossas oficinas. Foto cedida por Paulo Nunes.



Um dos últimos registros fotográficos dos trens em Bicas, onde podemos ver o vagão parado na plataforma da estação. Foto de nosso acervo.

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